domingo, 18 de outubro de 2009

Contribuições de Keegan para EAD

*Débora Possmoser F. Nascimeto
3º Periodo de Pedagogia

Este texto tem o propósito de evidenciar as concepções de Desmond Keegan que, no decorrer das ultimas décadas expôs atividades do Ensino a Distância relacionando os fundamentos teóricos e demonstrando que ao serem excluídas as circunstancias relacionadas com a comunicação oral e/ou através de grupos a aprendizagem não perca a dinamização dos conteúdos para que o mesmo possa reintegrar os Atos de Ensino e Aprendizagem.

Diante disto, Keegan (2009) afirma que a “EAD não é uma comunicação interpessoal, mas uma comunicação através da separação no tempo e no espaço, no que diz respeito às relações professor x aluno” expondo como fundamental a metodologia, onde o mesmo agrega fatores de integração e assim, produzindo e utilizando de textos escritos.

Neste sentido, é imprescindível que no relacionamento entre o docente e o discente haja a necessidade de recriar ficticiamente o comportamento de ambos de acordo com o desenvolvimento dos acontecimentos. Contudo, no processo de aprendizagem é preciso evidenciar a influência dos materiais pedagógicos na aprendizagem, pois, os mesmos assumem o papel central neste processo.

Para tanto, Keegan alega que “esta relação de aprendizagem está presente na escola tradicional”, pois o aluno está inserido em um ambiente favorável de apoio à aprendizagem.

Nesta perspectiva, Keegan (2009) acredita que “nos casos dos estudantes que freqüentarem programas de EAD, é necessário refazer um vínculo entre o processo de ensino e o de aprendizagem através da comunicação interpessoal planejada”, podendo identificar a comunicação interpessoal aplicada no processo de aprendizagem. Assim, também considera-se que os materiais didáticos impressos devem estar comprometidos com o desenvolvimento do processo da educação EAD.

Deve se também levantar a importância da tutoria em relação ao desenvolvimento do ensino/aprendizagem pra que a mesma não venha ser limitada. Dentro deste processo é preciso caracterizar a relevância do programa de EAD para que

A “quase” permanente separação do professor e do aluno durante o processo de aprendizagem, influência de uma organização institucional, na planificação e preparação dos materiais de aprendizagem e na prestação de serviços de apoio ao aluno; o uso de meios técnicos: impressos, áudio e vídeo ou computador que unem o professor e o aluno e suportam os conteúdos de um curso; existência de comunicação em dois sentidos de forma a que o aluno possa beneficiar de um diálogo ou mesmo iniciar esse diálogo; a quase permanente ausência de um grupo durante o processo de aprendizagem de forma que as pessoas são normalmente pensadas individualmente e não em grupo, com a possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. (KEEGAN, 1991).

Conforme o aspecto salientado por Keegan sobre a convivência entre o aluno e o professor, é necessário um mediador de conhecimento para servir de base e apoio ao aluno nos momentos de duvida e de apoio pessoal, ou seja, os alunos em sua maioria não são autodidatas, o que possivelmente deixaria o estudo mais frágil, diante a ausência do mesmo.

Outra questão importante é a preparação de materiais para o estudo minucioso de pesquisas não apenas livros didáticos mais também o acesso pratico e rápido a internet desde que seja suficiente a todos, e também aos meios mais variados de mídia, seja ela audiovisual e/ou outras, para que a mesma obtenha sucesso no desenvolvimento dos discentes.

Diante do que foi exposto, preocupo-me na questão relacionada à ausência de socialização diária que o aluno deixa de ganhar por não estar presente, pois os relacionamentos de amizade, companheirismo e troca de culturas se fortalecem através do tempo e de atividades desenvolvidas em grupos, o que na EAD é menos desenvolvida. Atualmente com o mundo cada vez mais capitalista passamos por uma crise de esfriamento de relacionamentos, um egocentrismo sem fim, pois aprendemos depender cada dia menos uns dos outros, a ouvir, preocupar-se, serem solidários uns com os outros, causando um grande abismo nos poucos momentos que temos de relacionarmos porque somos substituídos pelas companhias cibernéticas como Orkut, Msn, chats e pela EAD.

Contudo, os motivos mencionados estão distantes de uma aceitação plena da EAD, pois encontramos ainda muita resistência das pessoas e em varias instituições. No entanto, se a EAD é a única maneira rápida “tempo e espaço” como diz Keegan por possuir automação, princípios organizativos, e uma produção massiva, então que seja apoiada por nos pedagogos nesta missão de levar conhecimento aos mais variados alunos.

11 comentários:

Academicos de Pedagogia 8º periodo disse...

Débora, falando sobre a questão do autodidatismo, na Ead há uma tendência ao incentivo do estudo individualizado, que pode gerar o egocentrismo acadêmico em alguns casos. Esclarecendo um pouco, vejo que é possível ser um autodidata, concomitantemente ser um ótimo integrante de grupos de estudos. O que caracteriza um verdadeiro autodidata não é o egocentrismo, querer saber mais que os outros para se dar bem, mas sim a curiosidade, o desejo de aprender sempre. O incentivo da Ead ao autodidatismo busca motivar seus alunos e estudarem em casa, coisa que pouca gente faz pois se restringem a estudar somente o que é necessário para ser aprovado. Parabéns pelo artigo!

Um abraço, Lívia.

Viviane disse...

A EAD tem essa desvantagem, a falta de socialização que ocorre neste programa e a intenção e muito boa , de levar conhecimento a todos.

Viviane disse...
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Anônimo disse...

Débora, entendo o seu ponto de vista quando comenta sobre a sua preocupação na questão da socialização, troca de experiências, vivências culturais.Acredito que os avanços tecnológicos nos emocionam e nos assustam, nos emocionam quando podemos ver pela web parentes e amigos que moram em outros estados e outros países e nos assustam quando o professor passa a ser "substituído" por computador, dvd, vídeos em que não podemos tocar o professor, olhar em seus olhos e ver aquela confirmação ou negação. Não fomos feitos para fazermos nada sozinho,nosso "chip" não contém essa informação, por isso acredito ser tão difícil aceitar e entender esses avanços. Mas, eles estão aí, ou agente se ajusta ou...montamos uma escola pra gente :D, o que acha??? rsrrrs..Bem vindos a globalização, capitalização, informatização, quem sabe um dia inventem um computador que olhe nos seus olhos e te passe a segurança que você precisa, que eu precise?!
Abraços!!!

Zenaide Moreira disse...

A preocupação de Keegan é também a da grande maioria das pessoas; se o aluno consegue sozinho(falando sobre interesse) aprender o que é proposto.

Keila Trevizane disse...

Achei muito interessante quando Keegan diz que “nos casos dos estudantes que freqüentarem programas de EAD, é necessário refazer um vínculo entre o processo de ensino e o de aprendizagem através da comunicação interpessoal planejada”. A EAD não é tão fácil quando pensam, é preciso muita disposição e empenho do aluno em aprender e conseguir estudar sozinho, apesar de ter o monitoramento. Excelente Débora.

Juciane 8° período disse...

Esse assunto é um pouco polêmico pelo fato de estar nas mãos de muitos críticos da EAD. Então, gostaria de parabenizar o professor pela proposta e a Débora pela explanação do assunto.
É evidente que a ausência do professor traça um perfil de pessoas individualistas e pouco propensas a relação interpessoal, mas, uma pessoa que se torna assim, de certo, não entendeu a proposta da EAD, que é de integrar cada vez mais os indivíduos a sociedade. Penso que as pessoas precisam ser trabalhas nesse sentido, e que não é papel da EAD desenvolver isso e sim de todos nós que, muitas vezes, resumimos nossa vida ao individualismo e essa situação não nasceu com os Ensinos a distância, pois nota-se esse egoísmo/egocentrismo desde que o homem foi chamado de um ser racional.

Jandira Lima da Silva disse...

O mundo globalizado está trazendo cada vez mais oportunidades de conhecimento, mas o calor humano, os "olhos nos olhos" está se perdendo. Tudo está se tornando virtual. Passamos a dialogar com máquinas. Será que isso é bom?

Jaqueline Matos disse...

Olá Débora!
Percebi que Keegan mostra uma certa preocupação com relação a EAD. No seu trabalho esta relatado a necessidade de tutores nos cursos a distância. Concordo com você, acredito que é fundamental a tutoria nesses cursos. É uma forma de interação e de tirar as dúvidas mais rápido.

Um abraço, Jaqueline.

Marta Cristiana disse...

O EAD, esta aí, não há como negar seu valor. Esta é a oportunidade das pessoas estudarem, talvez seja a única forma para elas estudarem. Será que nas cidades pequenas, lá no cantão do Brasil, esse método não será de extrema importância?
Agora, claro que existem as desvantagens quanto a ausência e o contato diário com o professor, com os colegas, por isso, o aluno precisa entender essa modalidade de ensino, e saber se ele se encaixa nesse método.

Uátia Tânia disse...

A educação a distância é um desafio quando se pensa nas dificuldades que você comenta e que são reais, a falta da presença física, pode mesmo provocar falhas na troca e socilalização,mas este é um método que está cada vez mais presente em nossa realidade e tem contribuído de forma significativa devido a sua praticidade num mundo tão agitado. portanto, o profesor deve procurar meios para superação destes desafios, procurando mesmo através da distância suprir estas necessidades.