quinta-feira, 15 de outubro de 2009

EAD - Padrão de Qualidade


* Keila Trevizane de Oliveira
Acadêmica do 8 Período de Pedagogia

Marta Mena é ex Vice Presidente do Conselho Mundial de Educação a Distância (ICDE) da América Latina e Caribe. Professora de Graduação e Ciências da Educação (PROCAE). Coordenadora de Formação Eletrônica, um programa embutido no INAP e do Estado Projeto de Modernização do Chefe de Gabinete de Ministros da República da Argentina. Mestre Professora de Educação Tecnológica na Universidade de Salamanca, Espanha. Diretora do Mestrado em Educação a Distância da Universidade de Morón. Autora de vários livros e artigos educacionais.

Acredita existir uma diferença do ensino à distância na Argentina para a América Latina: esta diferença é avaliada principalmente no social, tecnológico e de conectividade. Como a Índia, o nosso país está bem posicionado no número de PCs nos lares e conectividade da Internet. Outros países não chegaram a este ponto. Para isto é fato que a Argentina sempre teve um bom nível de educação, que favoreceram os recursos humanos qualificados, mas ainda estamos muito longe de atingir níveis que são realizados em países de primeiro mundo, afirma Marta.

Mena destacou alguns dos fenômenos interessantes que ocorrem na América Latina em matéria de educação a distância virtual. Tal é o caso do Peru, onde há um baixo índice de computadores nas residências (11%), mas, no entanto, há um alto nível de conectividade do aumento dos estandes Internet (cabines). Eles têm uma proliferação de tais premissas, para que 83% da conectividade se realizem através dessas cabines públicas e o restante em casas. Argentina detém 65% de ligação à Internet em casa.

Segundo Marta, a principal dificuldade dos países do cone sul para o aumento da rede educação a distância é a falta de incentivos financeiros no setor. "É necessário investir em capacitação e infra-estrutura". O nível dos programas de educação à distância que são apresentados para o ICDE deve melhorar: "Agora, aqueles que apresentam e que estão ou estavam sob avaliação ICDE são de qualidade variável. Há algumas muito boas e outras nem tanto, nesse sentido, não há muita diferença com o resto do mundo, afirma Mena.

Outro ponto é a uma mudança no papel dos professores no modo de ensinar e em sua formação, pois na educação a distância virtual eles devem ser divididos entre os materiais e tutoria. A informação está nos materiais (web, cd's, etc) no meio magnético utilizado e, portanto, o professor já não é um transportador de conteúdo. Ele deve ter o papel de orientador, facilitador, conselheiro, guia e assistente, pois o aluno é protagonista.
A conectividade é o principal meio da EAD, e falando de Brasil, existe uma enorme facilidade para a compra de um computador. No Brasil mais de ¼ da população possui um em sua residência. Em 2007, cerca de 15 milhões de domicílios tinham pelo menos um microcomputador, a maioria deles com acesso à internet, de acordo com a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa 27% do total de domicílios no país, onde 76% tinham acesso à internet.

Apesar da alta, puxada pelo aumento do poder de compra, sobretudo das classes mais baixas, o uso do computador em residências ainda é concentrado nas classes mais altas. Mais da metade das casas com o aparato --8,7 milhões-- eram da região Sudeste em 2007. A constatação, para o IBGE, reflete a desigualdade no acesso a informações através da internet no Brasil. Enquanto no Sul e no Sudeste, 27,4% e 24% das casas, respectivamente, estavam conectadas à internet, no Norte e no Nordeste estes índices eram de 8,2% e 8,8%, respectivamente, em 2007.

O acesso aos computadores e a internet ainda é uma questão a ser solucionada. Lembrando que para ter um EAD com qualidade é necessário também investir em capacitação e infra-estrutura, tendo como meta um ensino de qualidade. Identificar como esses programas são adaptados às necessidades do alvo e contexto é o principal ponto de partida, contribuindo para a qualidade acadêmica e de seus professores, não se esquecendo de selecionar os materiais utilizados.
Analisando os dilemas e os benefícios da EAD, vemos a importância desta ferramenta para o desenvolvimento da educação e formação à distância. Uma mudança que fará presente no papel dos professores.

O intuito é garantir a qualidade da oferta nesta modalidade de ensino. Se houver um bom planejamento e este for bem trabalhado e levado a sério, teremos então um ensino de qualidade.
Chegando a um consenso, então temos um padrão de boa qualidade.

13 comentários:

conceição disse...

Concordo com a academica quando a mesma diz que é preciso haver uma mobilidade no sentido de estruturação na EaD, para que de fato ocorra uma educação de qualidade.
Valeu Keila!

Dielle Lacerda disse...

Imagino que o Brasil esta na faze inicial, diria inda "engatinhando" em relação a educação a Distancia, e em relação a informatização, como a própria autora disse infelizmente a classe pobre ainda não possui esse meio de acesso e quando possui não utiliza essa tecnologia como forma de crescimento intelectual utiliza apenas para divertimento e entretenimento.

Débora Possmoser disse...

A colega expos muitos dados importantissimos sobre o acesso da população aos computadores,ou seja, o uso do Pc em residencias ainda é por parte da classe média e alta. Vimos que na EAD deve haver investimento de boa internet para se ter qualidade de ensino,pois é seu principal meio de transmissao de conteudo,portando deve haver planjamento e organizaçao para se ter exito.
Gostei muito da apresentaçao deste artigo, muito bem elaborado.

Lívia Matoso disse...

Keila, os países da América Latina só vieram a começar o trabalho de Ead depois de já conquistarem as tecnologias específicas para este trabalho, sendo importadas dos países desenvolvidos social e economicamente. Porém o Brasil, na minha opinião, vem se destacando pois está produzindo bons cursos de Ead, o que falta é mais incentivo mesmo e é claro que o MEC tem que fiscalizar muito bem pois tem aqueles que só querem tirar proveito num mercado crescente.

Um abraço. Lívia

Keila Trevizane disse...
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Eliane Conceição da Silva disse...

Percebemos quanto melhorou a questão do acesso aos computadores e a internet no Brasil, devido as facilidades para compra desse tipo de equipamento, mas ainda há exclusão das classes menos favorecidas, acredito que este seja um grande desafio fazer com que a população carente possa ser beneficiada pelo Ensino a Distância.

GRANDE AGRAÇO, AMIGA!

Viviane disse...

A EAD ainda precisa ter os seus programa com uma adaptação melhor. ter um computador para cada aluno seria o ideal.

Anônimo disse...

muito bm! os dados são interessantes e sua pesquisa ficou ótima. Parabéns!
Acredito que a EaD está caminhando para esse padrão de qualidade, pois vimos que tem tentado de todas as formas melhorar, e isso é muito bom!
A motivação aqui é corretíssima.


Abraços!!!

Stefânia Moreira

Jandira Lima da Silva disse...

O EaD só vai ser uma realidade plena no Brasil quando os meios de comunicação e informatização estiver acessível à classe baixa do país, pois é a classe que mais necessita de um curso à distância, devido a sua falta de condição financeira para frequentar um curso presencial.

Juciane 8° período disse...

Oi Keila..
Parabéns pela apresentação em sala de aula. Foi bem clara!!
Gostaria de enaltecer uma frase que vc falou na exposição do assunto: "O ensino a distância consegue propagonizar o aluno"
Concordo plenamente e penso que a EAD é um exemplo, nesse sentido de valorização do aluno, para o ensino presencial, que muitas vezes ainda não trabalha a autonomia no aluno!
Gostei muito!!

Marta Cristiana disse...

oi Keila!
Gostei bastante do seu artigo, de todas as informações nele mencionadas. O importante é que o ensino seja de qualidade e que os alunos realmente aprendam.

Uátia Tânia disse...

Concordo com Marta Mena sobre a causa das dificuldades para o aumento da EAD nos países do cone sul. Pode até se considerar que 27% de domicílios do país possuindo computador seja um número bom considerando que o Brasil é um país em desenvolvimento. Porém, há uma desproporção muito grande da concentração de máquinas nas diferentes regiões do país e classes sociais, além da falta de conexão a internet. Portanto, confirmo o que diz a autora: falta investimento financeiro.

Academicos de Pedagogia 8º periodo disse...

Keila, foi excelente sua apresentação em sala, e as pesquisa que efetuou sobre Marta Mena foram esclarecedora.Parabéns.

Márcia Regina