sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Perspectivas em EAD

Perspectivas em EAD

* Kesia de Oliveira Vieira

José Manuel Moran
Nasceu na cidade de Vigo, Espanha, e em 1998 naturalizou-se brasileiro. É especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP e professor de Novas Tecnologias na ECA-USP (aposentado). É ainda consultor “ad hoc” do CNPq, da FAPESP, e da CAPES. Autor dos livros A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá (Papirus, 2007) e Desafios na comunicação pessoal (Paulinas, 2007) e Co-autor de Novas Tecnologias e mediação pedagógica (15a ed., Papirus, 2009), Educação On-line (Loyola, 2003) e Avaliação da Aprendizagem em Educação On-line (Loyola,2006).
O que é educação à distância?
Moran define como sendo educação a distância o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.

EAD: Existe preconceito? Por quê?
Moran argumenta que a EAD sempre esteve vinculada no Brasil ao ensino técnico, desde a década de 40 com o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro. Depois ao ensino de adultos - os antigos supletivos - com os Telecursos. Moran alega que por isso ainda resiste o preconceito com a EAD principalmente no ensino superior, também o fato de a escola ser uma instituição mais tradicional que inovadora e desde sempre aprender está associado a ir a uma sala e lá concentrarmos todos os esforços para o gerenciamento da relação entre ensinar e aprender.

Avanços e problemas em EAD
Há avanços significativos segundo Moran. Ele argumenta que Diante das dificuldades em atender a milhares de pessoas sem formação adequada, o Governo vem aderindo e incentivando ações à distância. E afirma que o Brasil passa por uma etapa de amadurecimento da Educação a Distância, de legitimação e de consolidação das instituições competentes, apesar do preconceito ainda existente, hoje há muito mais compreensão de que a EAD é fundamental para o país, existem mais de 200 instituições de ensino superior atuando de alguma forma em EAD e o crescimento exponencial dos últimos anos é um indicador sólido de que a EAD é mais aceita do que antes. Mas ainda é vista como uma forma de atingir quem está no interior, quem tem poucos recursos econômicos, quem não pode freqüentar uma instituição presencial ou para atingir rapidamente metas de grande impacto. Ele ainda ressalta certo progresso, que o Brasil passou da fase importadora de modelos, para a consolidação de modelos adaptados à nossa realidade. Para ele as instituições estão aprendendo rapidamente a fazer EAD e isso é uma grande vantagem, porém destaca a necessidade de se ter cautela, há muito marketing em alguns campos, que beira a propaganda enganosa.
Em viagem a diversos estados brasileiros Moran constatou que para muitos alunos a EAD é um grande caminho de inclusão e de crescimento. Porém, declara ter dúvidas se o aluno se torna um pesquisador e caminha para a autonomia intelectual. Também adverte para o fato de que é difícil manter a motivação no virtual, e que diante dessa problemática faz-se necessário envolver os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança, pois no virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, à distância é possível, mas não fácil. Ele também enfatiza que estamos vivendo uma fase de transição na educação à distância, e que muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial.
Reconhecendo as inúmeras vantagens da educação à distância, Moran admite permanecer preocupado com os modelos da maioria dos cursos focados, tanto a distância como presenciais, mais no conteúdo do que na pesquisa; na leitura pronta mais do que na investigação e em projetos. Cita que o ensino superior, tanto no presencial como no a distância, reproduz, ainda, um modelo inadequado para a sociedade da informação e do conhecimento, onde nos encontramos.


As perspectivas
Para Moran a tendência é o virtual, em pouco tempo não haverá mais cursos totalmente presenciais. Todas as universidades e organizações educacionais, em todos os níveis, precisam experimentar como integrar o presencial e o virtual, garantindo a aprendizagem significativa.
Segundo ele somente as crianças, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento e socialização, não podem prescindir do contato físico, da interação; mas nos cursos médios e superiores, o virtual, provavelmente, superará o presencial. Haverá, então, uma grande reorganização das escolas, edifícios menores, menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. Caminhamos para processos de comunicação audiovisual, para formas fáceis de vermo-nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a custos progressivamente menores. Tudo isto exige uma pedagogia muito mais flexível, integradora e experimental diante de tantas situações novas que começamos a enfrentar. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. Pondera-se, porém, que infelizmente todos os avanços tecnológicos continuarão privilegiando uma parte da população brasileira. A maior parte das escolas continuará repetindo fórmulas pedagógicas ultrapassadas, com isso teremos escolas avançadas e tradicionais.
Moran conclui que é preciso fomentar novas experiências, dado que estamos vivendo uma etapa fascinante em que precisamos reorganizar tudo o que conhecíamos em novos moldes, formatos, propostas e desafios. As modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e “customizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e ao momento de cada aluno. Não se falará daqui a dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos à distância. Os cursos serão extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na avaliação. O processo de aprender será mais personalizado, feita sob medida para cada aluno. Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores. O importante é experimentar diversas soluções para diversos cursos, todos estão aprendendo. Nenhuma instituição está muito à frente na educação inovadora on-line.
Diante do que foi exposto, e considerando todas as problemáticas e afirmativas enfatizadas pelo autor referente a EAD, é plausível que se concorde com o mesmo em todos os aspectos citados , pois suas colocações são pertinentes ao momento histórico em que nos encontramos,os problemas e avanços por ele referenciados é de fácil percepção visto que estamos vivenciando os mesmos.


Referências Bibliográficas


MORAN, José Manuel. Desafios na Comunicação Pessoal. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
MORAN, José Manoel. Perspectivas (virtuais) para a educação. Disponível no site: http://www.eca.usp.br/prof/moran/futuro.htm. Acessado em 15 de Setembro de 2009.

MORAN, José Manoel. Textos sobre Educação a distância e semi-presencial. Disponível no site: http://www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm. Acessado em 15 de Setembro de 2009.

MORAN, José Manoel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. Disponível no site: http://www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm. Acessado em 09 de setembro de 2009.



*A autora é acadêmica do5 ° período do curso de Pedagogia na
Universidade Federal de Rondônia.
Artigo acadêmico escrito em setembro de 2009



domingo, 25 de outubro de 2009

A educação a distancia na visão de Gagné


A educação a distancia na visão de Gagné
Stefania Moreira*²

Para muitos a EaD ainda enfrenta barreiras culturais, na opinião de muitos estudiosos, a EaD veio para ficar e irá se tornar cada vez mais forte como formato educacional, deixando de ser apenas a coadjuvante de 2ª classe da educação presencial. A legislação brasileira, por exemplo, ainda dispõe que cursos à distância que precisam ter “momentos presenciais”, sobretudo para avaliação da aprendizagem.

Todos os colaboradores e executores sabem que a EaD, apesar de ainda “jovem”, trouxe contribuições formidáveis para a evolução da educação. Como a democratização do processo educacional – que rompe limitações temporais e espaciais com o uso das tecnologias e amplia oportunidades nunca vistas anteriormente para diversos grupos sociais – basta saber que a educação está se consolidando e se fixando para melhor tendo assim como fonte de apoio o auxílio da EaD.

E esse universo abre cada vez mais oportunidades para experimentação e desenvolvimento de heurísticas em cada um dos pólos e a educação, pois a educação no passado era uma “arte” que só tinha dois personagens: aluno e professor que detinha o saber, muito se beneficiam dessa situação da EaD, pois cada vez mais se estuda os processos de ensino e de aprendizagem.

A educação durante séculos era apenas de crianças, uma “arte” dominada pelos professores e não era assunto muito discutido. Algumas vezes, se o “artista” era competente, a “arte dava certo” e a criança se transformava num adulto educado/informado e, quem sabe, motivado para o conhecimento.

Uma das teorias que pode fundamentar projetos de processos de ensino aprendizagem a distância eficazes é a teoria Condições de Aprendizagem, de Robert Gagné, pouco conhecido no Brasil. Gagné, psicólogo educacional americano, morto há cerca de cinco anos, começou a estudar a aprendizagem de adultos na área militar em meados dos anos 60 do século passado.

Identificou nove fases ou condições internas de aprendizagem, que ocorrem no aprendiz, que podem ser ativadas por estratégias instrucionais adequadas, que correspondem a nove passos (ou condições externas de aprendizagem).

Dessa forma, o uso de teorias adequadas pode levar à qualidade, sobretudo quando são estabelecidos princípios, padrões e indicadores de qualidade para o processo de EaD. Partindo de alguns princípios, como os abaixo relacionados, e que a favorecem:

. Ensino, Aprendizagem e Avaliação são questões distintas que devem ser abordadas como um sistema integrado;
. Os processos de Ensino-Aprendizagem a distância devem ser planejados, projetados, desenvolvidos, implementados e avaliados de forma competente, resultando numa arquitetura rica que facilite a aprendizagem, acomodando os diferentes estilos cognitivos/de aprendizagem;
. Os aprendizes, público-alvo de cada evento, são protagonistas do processo de aprendizagem, sendo os responsáveis pela construção das competências (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes), a partir de suas estratégias individuais e coletivas de aprendizagem;
. As estratégias de ensino e de avaliação a distância devem ser construídas a partir das características do público-alvo e das competências a serem aprendidas (objetivos de aprendizagem);
. Estudos e pesquisas sobre ensino, aprendizagem e avaliação são essenciais para a sustentação e melhoria contínua da qualidade dos processos educacionais à distância.

Na maioria das vezes fazem isso através da aprendizagem colaborativa, outra novidade que vem se mostrando essencial na Economia do Conhecimento, cujos primórdios estamos vivenciando.

No entanto a educação de adultos, quanto a educação à distância estão engatinhando no universo educacional, no qual a educação infantil e juvenil e o formato presencial tem longa história. Cada vez mais adultos estão atualizando seus conhecimentos e aprendem a distância, sobretudo por falta de tempo para dar conta da quantidade crescente de informações em circulação no mundo atual. Na maioria das vezes fazem isso através da aprendizagem colaborativa, outra novidade que vem se mostrando essencial na Economia do Conhecimento, cujos primórdios estamos vivenciando.

Tornar eficazes e efetivos os processos de ensino-aprendizagem a distância para adultos vai depender de nossa eficiência no planejamento, na elaboração e na realização desses processos. As teorias de ensino aprendizagem são instrumentos indispensáveis para resultados de qualidade, que impactam positivamente na cultura de ensino-aprendizagem.

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Psicólogo estadunidense, nascido em 1916 no estado de Yale, recebel seu doutorado nao universidade de Brown em 1940. Se destacou como professor nas universidades de Princeton, Barkeley e Florida State, publicou artigos e livros realcionados a área da aprendizagem.

Acadêmica 8° período de pedagogia – UNIR – Ji-Paraná.
moreirastefania@hotmail.com

sábado, 24 de outubro de 2009

Educação A Distância – Um Estudo Auto-Controlado

*Sílvia Gabrielle Alcântara Maciel

Hoje onde a correria e a falta de tempo tem se tornado algo presente na vida de alguns cidadãos, está cada vez mais difícil freqüentar uma sala de aula, e para darem continuidade aos estudos ou capacitações, muitos encontram a solução na EAD - Educação a Distância, que cada vez mais vem sendo utilizada nas mais variadas área (empresas, universidades, órgãos públicos, etc). Porém para aprender sem a presença do professor podemos utilizar diversos meios.

Para um desses recursos podemos mencionar a proposta de Egan - o estudo auto-controlado, onde o aluno é responsável pelo seu aprendizado. Obtendo pequenas informações sobre o tema a ser estudado.

Os conteúdos são apresentados em pequenas quantidades intercalado com atividades de fixação e exercícios para introduzir a próxima aula.

Os exercícios são realizados de forma para testar a compreensão e avaliar se as informações atingiram ao estudante. As respostas são oferecidas de maneira on-line onde os alunos possam acompanhar o progresso dos estudos.

A prova é de auto-avaliação, e após terminar, o estudante tem a possibilidade de conferir suas respostas, no caso de resultado insatisfatório, os alunos são aconselhados a estudar a lição novamente, com isso, os possibilita o estudante verificar o seu progresso de aprendizagem.
O professor deve prever as estratégias de soluções que serão empregadas pelos aprendizes na solução dos desafios. O instrutor deve prever o diálogo que compõe a discussão. Nessa perspectiva, o aluno não necessita elaborar defesa de sua solução.
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*Acadêmica 8° período de pedagogia – UNIR – Ji-Paraná.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

TEORIA DE BÖRJE HOLMBERG - EAD

Por Jandira Lima da Silva, acadêmica do 8o. Período do Curso de Pedagogia da UNIR


Segundo Borje Holmberg, a característica geral mais importante do estudo a distância era que ele se baseava na comunicação não direta. Mas hoje, com as novas tecnologias como a internet e a videoconferência, o estudo a distância também pode estar baseado na comunicação direta.
Holmberg admite que apesar dos cursos pré-produzidos poderem ter valências comunicacionais, a conversação real entre o tutor e o estudante possui características essenciais. Argumenta que a conversação didática guiada deverá ser uma conversação amigável, promovida por materiais de auto-aprendizagem bem desenvolvidos e resultar em sentimentos de relação interpessoal, prazer intelectual e motivação para o estudo. Deverá ser responsabilidade dos conceptores a criação de conversações simuladas através de materiais adequados.
Esta teoria implica que a adoção de um estilo de conversação que crie empatia leva a um aumento de motivação para aprender relativamente à apresentação convencional de conteúdos. Afirma-se, simplesmente, que um procedimento que se provou eficaz no ensino tradicional é aplicável também na educação a distância. A empatia entre aqueles que ensinam e aqueles que aprendem é universalmente considerada uma boa base para os processos de aprendizagem. Facilmente perceptíveis, as apresentações tipo conversação e uma interação amigável ajudam os estudantes a aprender.
A visão de Holmberg sobre a Educação a Distância baseia-se nas suas convicções de que a questão mais importante na educação é a aprendizagem. A administração, o aconselhamento, o ensino, os grupos de trabalho, a participação e a avaliação são apenas importantes na medida em que sustentam o processo de aprendizagem do aluno.
Deste modo, considera-se a Educação a Distância como uma conversação didática guiada com objetivo de promover a aprendizagem. A presença de elementos que promovam a uma conversação de sucesso, como a empatia entre os interlocutores, é válida tanto em contextos de ensino tradicional como nos contextos de EaD. Holmberg defende uma comunicação bidireccional através da interação entre alunos e tutores. Defende igualmente a existência de uma conversação simulada nos materiais didáticos os quais devem ser concebidos de acordo com as características seguidamente descritas:
- Ser de fácil acesso: claras, de fácil leitura e com uma densidade de informação moderada;
- Fornecer instruções e sugestões explícitas e fundamentadas sobre o que fazer e o que evitar e sobre as temáticas mais importantes que devem ser consideradas para a aprendizagem;
- Promover a troca de idéias, o questionamento, e a avaliação do que deve ser aceito e o que deve ser rejeitado;
- Envolver emocionalmente o aluno de modo a que este tome um interesse pessoal pela matéria e pelas suas problemáticas;
- Utilizar um estilo pessoal com a utilização de pronomes pessoais e possessivos;
- Demarcar as mudanças de tema através de afirmações explícitas, ou, em materiais áudio, através da mudança de locutor ou de uma pausa significativa.
Os sentimentos de relacionamento interpessoal entre as partes que ensinam e as que aprendem promovem a motivação e o prazer pelo estudo por parte do aluno. Estes sentimentos podem ser cultivados por materiais didáticos bem desenvolvidos e uma comunicação à distância bidireccional adequada. O prazer intelectual e a motivação para o estudo promovem a persecução dos objetivos de estudo e o uso de processos e métodos de estudo adequados. O ambiente, a linguagem e as convenções sobre conversações amigáveis favorecem os sentimentos de relacionamento interpessoal . As mensagens transmitidas e recebidas em forma de conversação são mais facilmente percebidas e lembradas. O conceito de conversação pode ser transferido com sucesso para os meios utilizados no EaD. O planejamento e a orientação do trabalho, sejam promovidos pela organização de ensino ou pelo próprio estudante, são indispensáveis para o estudo organizado, o qual é caracterizado por objetivos conceptuais implícitos ou explícitos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Avaliação: ferramenta para a inovação da EAD



Por Juciane Martins da Hora¹

Nota-se, nos dias de hoje, uma intensa mudança tecnológica, que tem modificado a vida do homem em todos os âmbitos sociais. Uma das categorias contempladas pela velocidade da tecnologia é a educação escolar, que vem ganhando, cada vez mais, impulsos positivos de modificação e aperfeiçoamento ao longo dos últimos anos.
No momento presente, pode-se perceber que muitas pessoas podem ter acesso à educação através dos meios tecnológicos como a televisão, que desde os anos 60 atua transmitindo programas educativos, através da TV educativa.
Existiram e ainda existem outros meios de transmissão da educação através da tecnologia, porém, uma ferramenta de muita valia que tem ampliado as perspectivas de estudos para um número maior de pessoas é o computador e unido a ele está a internet. Embora tendo suas primeiras máquinas instaladas na década de 70, hoje, com um custo acessível, não a todos, mas a muitos, nota-se a dimensão da importância que a tecnologia na educação se tornou, a partir da veiculação do computador, através da internet, no mundo todo.
A educação, por sua vez, no intuito de unir-se a esses benefícios, trazidos pela tecnologia, desenvolveu a Educação à distância no Brasil, conhecida por EAD, que conseguiu e tem adquirido muito espaço no âmbito da disponibilização de conhecimento e aprimoramento do ensino, com qualidade, à distância.
A EAD tem encontrado grandes resultados positivos no âmbito de garantia de ensino a muitos, principalmente no campo das faculdades virtuais, através da acessibilidade, onde o aluno não precisa sair de casa ou do trabalho para estudar. A maioria das pessoas, por não possuir muito tempo, encontra, no ensino à distância, uma
oportunidade de ingressar no ensino superior através do meio virtual e além do tempo,
há a questão do valor pago às instituições que acaba sendo, também, mais acessível. Porém, junto com essa acessibilidade, nasce a preocupação de que esse ensino seja realmente de qualidade, considerando que o aluno é o maior protagonista do desempenho nos cursos.
Por isso, é de extrema importância que se crie, meios de avaliações contínuas na EAD, buscando a constatação de que realmente a educação está alcançando seu objetivo final.
Existem alguns pesquisadores sobre o assunto, que buscam evidenciar o quanto são necessárias as avaliações para que a EAD seja valorizada e aceita positivamente, já que trata-se de uma modalidade nova de educação. Dentre os muitos estudiosos a esse respeito, destacam-se hoje, Dênia Falcão de Bittencourt, técnica, professora e pesquisadora, atua na área da Educação a distância e Tecnologias digitais, desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas, gestão e avaliação de programas e projetos de educação, e Álvaro Guillermo Rojas Lezano, professor, com experiência na área de engenharia de produção, educação a distância via internet e educação continuada. Ambos pensam que é de grande importância avaliar o processo ensino-aprendizagem para a verificação dos resultados, com a finalidade de aprimorar o que for necessário e medir o grau de contribuição da educação a distância em todo o processo.
A verificação dos resultados, através da avaliação, deve considerar se o ensino a distância tem contribuído para que a educação chegue aos objetivos propostos, adequando-se ao público a que se destina, sobretudo verificando a qualidade do que está sendo oferecido, analisada através da produtividade dos alunos.
O tratamento da EAD precisa ser dotado da mesma responsabilidade de como trata-se o ensino tradicional e para isso, é necessário o aumento de ferramentas que possam fechar todas as brechas que fundamentam qualquer desconfiança a respeito do ensino a distância. Enfim, Lezana e Bittencourt, enfatizam a necessidade de se ter uma educação a distância planejada com objetivos traçados, observados e avaliados, no intuito de se alcançar e oferecer a todos os alunos a segurança de que a EAD contribui com o ensino de qualidade, capaz de fornecer subsídios positivos para suas vidas, possibilitando mudanças comportamentais, psicológicas e científicas, mesmo sendo a distância.


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¹ É acadêmica do Curso de Pedagogia – 8° período/2009, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR – Campus de Ji-Paraná.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A contribuição de Seymour Papert para a EAD


A contribuição de Seymour Papert para a educação a distância

Jaqueline Rocha de Matos

A modalidade de educação a distância (EAD), surgiu para atender as necessidades educacionais advindas das mudanças no contexto sócio-econômico da sociedade. Neste contexto, as tecnologias ajudaram a viabilizá-la e hoje a EAD esta difundida em vários lugares do mundo. Assim, a EAD surge como uma altenativa de superação das dificuldades e das desigualdades sociais no que se refere ao acesso á educação escolar.
Com o advento das chamadas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), passou-se a transmitir de forma democrática as informações, desta forma, as tecnologias, sejam elas mais velhas ou mais recentes, passaram a ser usadas na educação, assim a EAD se firma e passa a ser propagada em todos os segmentos da sociedade, tornando-se uma importante forma de ensino e inserção social, capaz de vencer longas distâncias através de recursos tecnológicos como: o rádio, a televisão, o DVD, o computador e assim por diante.
No Brasil a EAD esta regulamentada através da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) mas é no decreto de nº 5.622 de 2005 em seu artigo 1º que encontramos sua definição de forma mais clara. “Caracteriza-se a educação a distância como, modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.
Para Seymour Papert, matemático, criador da proposta teórica conhecida como, construcionismo, seguidor do construtivismo de Jean Piageat, o aluno constrói seu próprio conhecimento, usando para isto ferramentas, como por exemplo: o computador. Sendo Papert, um dos grandes incentivadores do uso de ferramentas tecnológicas a serviço da educação, desenvolveu em meados dos anos 60 uma linguagem de programação, de fácil entendimento, denominada Logo. A palavra Logo é derivada do grego e significa, “pensamento, razão, cálculo”. O Logo permitia ao aluno controlá-lo e assim aprender os conceitos matemáticos. A idéia de Seymour era criar um ambiente em que qualquer criança, seja qual fosse sua cultura, pudesse aprender Álgebra, Geometria , História e assim por diante. Na linguagem de programação Logo, a criança comanda uma tartaruga, se movendo, criando gráficos e animações. Ao longo dos anos o Logo foi sendo readaptado, sendo criando para ele novos recursos e hoje ainda encontra-se em uso.
O construcionismo de Papert enfatiza o contato direto do aluno com o concreto. Manipular, interagir, errar, superar os erros através da interação com os objetos em uso, com o colega ou através da mediação feita pelo professor.
Quanto ao papel do professor na proposta construcionista, Papert define-o como um mediador, facilitador, provocador de situações, ambientes de aprendizagem, onde o aluno constrói seu conhecimento através da ação sobre coisas concretas. Cabe ao educador favorecer o aprendizado do aluno promovendo situações onde o educando possa construir sua aprendizagem.
Sem dúvida, Papert contribuiu muito para a fundamentação teórica da EAD. Defensor do uso das tecnologias na aprendizagem e do uso de um método de ensino/aprendizagem com o auxílio do computador, este teórico é portanto, um dos principais nomes no que se refere ao uso das tecnologias na educação, além de colaborar para a compreensão da concepção de educação a distância. Porém, cabe salientar, que como o próprio autor disse, só aprendemos algo novo se realmente nos for significativo, desta forma, na EAD o interesse maior deve partir do aluno, haja vista, que o mesmo é o sujeito de sua aprendizagem e que esta dependerá também, da sua disposição em aprender e buscar. O aluno passa a ser o maior responsável pelo seu aprendizado, assimilando e atribuindo significados aos novos conhecimentos, porém é o professor o responsável, é quem vai orientá-lo na construção dos novos conteúdos.
No Brasil a educação a distância ainda esta caminhando em busca de uma melhor aceitação por parte das pessoas, principalmente, no que tange a discussão sobre sua qualidade. Mas cabe aqui, a reflexão a cerca do papel da EAD na formação de pessoas e a contribuição da proposta construcionista para o entendimento do processo e ensino-aprendizagem do aluno. Nesta busca por compreensão, fundamenta-se na proposta de Papert de que o aluno é o sujeito do processo de construção de seu conhecimento, para este teórico a informática era algo de fundamental relevância para a aprendizagem dos alunos, servindo como um importante recurso neste processo, fortalecendo qualidades como: capacidade de adquirir novas habilidades, de lidar com situações surpresas, de avaliar e refletir a cerca das diversidades de situações que aparecem no cotidiano do aluno.
Por fim, a idéia aqui proposta foi compreender a concepção construcionista e sua contribuição e relevância para o entendimento da concepção da EAD, tomando como base o teórico Seymour Papert e sua teoria a cerca do processo de construção do conhecimento pelo aluno.


Ensaio apresentado na disciplina de Fundamentos e Prática em Educação a Distância, ministrada pelo profº Washington Roberto Nascimento;

Acadêmica do 8º período do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR



Educação a Distância X Educação Presencial
*Viviane Martinelli

Através dos avanços tecnológicos que estão cada vez mais modernos, a educação a distância está sendo procurada por oferecer cursos mais barato e por pessoas que não tiveram oportunidades de concluir os seus estudos.
Estudos mostram que a Educação a Distância- EaD começou por volta de 1850 na Europa, com agricultores e pecuaristas que utilizavam-se de correspondências para cuidar melhor dos rebanhos e para aprenderem técnicas de plantio. Outros afirmam que começou bem antes, mas precisamente no século XV na Alemanha com Johannes Gutenberg, ao inventar a imprensa que continha uma composição de palavras com caracteres móveis. Livros que antes eram feitos a manuscrito, apresentava um custo muito alto, o que fazia não chegar à classe baixa, com a invenção foi possível reproduzi-los com um preço mais acessível, principalmente para a população de baixa renda.
Já no Brasil registros mostram que a educação a distância teve início no ano de 1904, com um ensino feito através de correspondências, por instituições privadas que ofertavam cursos técnicos.
Sabemos que a educação presencial na era da revolução industrial, foi voltada para um ensino padronizado e em massa, formando mão-de-obra para trabalhar nas fábricas. A EaD também passa por essa influência, tendo como conseqüência para o ensino uma realização de um trabalho fragmentado.
Defensores da Educação a Distância afirmam que, através da tecnologia, a distância não seja mais um empecilho para dá continuidade ao ensino, tanto por que a EaD possibilita ensinar sem que aja a presença de um docente. Mesmo docentes e discentes estando separados pela distância e às vezes até através do tempo, continuam interligados por meios tecnológicos como, por exemplo, via internet. Mas além deste meio, também podem ser utilizados outros, como os correios, rádio, televisão ou tecnologias semelhantes.
Para Neto e Takaoka (2008) apud Zhang (2003), mesmo no âmbito do ensino tradicional, a internet e as outras tecnologias multimídias estão mudando a forma como a informação é transmitida no processo de educação, e se tornando uma verdadeira alternativa ao ensino presencial. A internet está se tornando o meio dominante de se entregar informação e conhecimento por causa de seu baixo custo e distribuição em tempo real.
Também coloca que a EaD propicia muitas vantagens ao estudante, como uma democratização do acesso ao ensino a todos, levando-o para pessoas que moram isoladas e afastadas das instituições, principalmente as que oferecem cursos superiores. Os alunos além de contar com horários flexíveis, que possibilita para quem trabalha e que não há oportunidade de participar das aulas presenciais por causa dos horários estabelecidos, pode assim ditar o seu próprio ritmo de estudo.
Zhang e Farrell, mostra um estudo feito com estudantes da EaD e com estudantes presenciais, tendo como base a Web. Os estudantes receberam um questionário onde foram avaliados cinco sistemas da apresentação de conteúdo didáticos. Sendo eles: instrução face -a- face, no qual o instrutor está presente na sala junto com os alunos; ensino à distância via vídeo conferência, professor e alunos separados, mas interligados em rede; treinamento individual, o aluno não está conectado em rede, mas o conteúdo e apresentado em um CD-ROM; revisão através de fitas, conteúdo transmitido por fitas de vídeos e por último uso manual impresso.
Com o levantamento feito, foi percebido que estudantes do ensino à distância em relação à apresentação dos conteúdos didáticos foram mais positivos do que os estudantes presenciais, mas ambos concordaram que a instrução face -a- face, está como a mais eficiência, e o manual impresso com o menos eficiente.
Mas na EaD não é apenas atribuída vantagens e pontos positivos, há autores que se opõem a este tipo de ensino, apontando pontos que a desfavorece, como a dispersão física dos alunos com os professores. Por não haver este contato físico pode acontecer que não haja um aproveitamento de 100% das aulas, mas também sabemos que nem sempre o aproveitamento dos 100% acontece na presencial. Outro fator é a necessidade de maior comprometimento do aluno com o curso, por ser poucas aulas fornecidas por semana, o educando precisa-se dedicar e se empenhar muito para aprender o conteúdo, pois caso ao contrário poderá ser prejudicado no curso.
Para a educação a distância exercer o seu papel é preciso ter um ambiente virtual de aprendizagem adequado. O AVA é um ambiente computacional que se utiliza as paginas da WEB e de sites para executar o ensino- aprendizagem, mas o AVA não se resume somente a isso, vai além. Este ambiente também se disponibiliza de ferramentas que servem para que os alunos possam ter oportunidades de escolher caminhos diferentes na obtenção de informação, textos, imagens e na hora de criar novas conexões.
O ambiente virtual de aprendizagem nada mais é que um espaço social que foi planejado para beneficiar a educação no qual, pessoas se encontram para interagir umas com as outras, tendo como objetivos as trocas de informações que cada indivíduo possa compartilhar. Neste espaço também se encontra os conteúdos teóricos, material para leitura, exercício e atividades, compartilhamento de valores, hábitos e motivações.
Mas este ambiente virtual não está restrito apenas a educação à distância como se costumou relacionar, mas na realidade ele também é utilizado no ensino presencial como um suporte.
Como a atual sociedade é uma sociedade do saber e da informação, é preciso estar sempre em busca de novos conhecimentos, assim como na educação, onde novos métodos são adotados e adaptados as novas formas de ensino-aprendizagem. E o papel da educação é de preparar o educando para uma sociedade que está se tornando cada vez mais competitiva e dependente das inovações tecnológicas, se tornando um desafio para os profissionais da educação.

Referências:

ZHANG, Dongson, ZHAO J. Leon, ZHOU, Lina, NUNAMAKER, Jay. Can e-learning replace classroom learning? Comm. of the ACM. Vol. 47, no. 5. 75-79. Maio, 2004 apud NETO, Silvio Carvalho e TAKAOKA, Hiroo. Visão Sistêmica para a Implantação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, 2008. Disponível em: HTTP://www.facef.br/quartocbs/artigos/G/G_162.pdf. Acesso em: 03 de setembro de 2009.
ZHANG,Yin, FARRELL, N. James. Percepções da eficiência de sistemas de apresentação de conteúdos didáticos: uma comparação entre estudantes de ensino à distância e estudantes presenciais. Disponível em: http://74.125.113.132/search?q=cache:0hxqzLw-JAsJ:siaiweb06.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/726/575+percep%C3%A7oes+da+eficiencia+de+sistemas+de+apresenta%C3%A7%C3%A3o&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em 13 de setembro de 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

Contribuições de Keegan para EAD

*Débora Possmoser F. Nascimeto
3º Periodo de Pedagogia

Este texto tem o propósito de evidenciar as concepções de Desmond Keegan que, no decorrer das ultimas décadas expôs atividades do Ensino a Distância relacionando os fundamentos teóricos e demonstrando que ao serem excluídas as circunstancias relacionadas com a comunicação oral e/ou através de grupos a aprendizagem não perca a dinamização dos conteúdos para que o mesmo possa reintegrar os Atos de Ensino e Aprendizagem.

Diante disto, Keegan (2009) afirma que a “EAD não é uma comunicação interpessoal, mas uma comunicação através da separação no tempo e no espaço, no que diz respeito às relações professor x aluno” expondo como fundamental a metodologia, onde o mesmo agrega fatores de integração e assim, produzindo e utilizando de textos escritos.

Neste sentido, é imprescindível que no relacionamento entre o docente e o discente haja a necessidade de recriar ficticiamente o comportamento de ambos de acordo com o desenvolvimento dos acontecimentos. Contudo, no processo de aprendizagem é preciso evidenciar a influência dos materiais pedagógicos na aprendizagem, pois, os mesmos assumem o papel central neste processo.

Para tanto, Keegan alega que “esta relação de aprendizagem está presente na escola tradicional”, pois o aluno está inserido em um ambiente favorável de apoio à aprendizagem.

Nesta perspectiva, Keegan (2009) acredita que “nos casos dos estudantes que freqüentarem programas de EAD, é necessário refazer um vínculo entre o processo de ensino e o de aprendizagem através da comunicação interpessoal planejada”, podendo identificar a comunicação interpessoal aplicada no processo de aprendizagem. Assim, também considera-se que os materiais didáticos impressos devem estar comprometidos com o desenvolvimento do processo da educação EAD.

Deve se também levantar a importância da tutoria em relação ao desenvolvimento do ensino/aprendizagem pra que a mesma não venha ser limitada. Dentro deste processo é preciso caracterizar a relevância do programa de EAD para que

A “quase” permanente separação do professor e do aluno durante o processo de aprendizagem, influência de uma organização institucional, na planificação e preparação dos materiais de aprendizagem e na prestação de serviços de apoio ao aluno; o uso de meios técnicos: impressos, áudio e vídeo ou computador que unem o professor e o aluno e suportam os conteúdos de um curso; existência de comunicação em dois sentidos de forma a que o aluno possa beneficiar de um diálogo ou mesmo iniciar esse diálogo; a quase permanente ausência de um grupo durante o processo de aprendizagem de forma que as pessoas são normalmente pensadas individualmente e não em grupo, com a possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. (KEEGAN, 1991).

Conforme o aspecto salientado por Keegan sobre a convivência entre o aluno e o professor, é necessário um mediador de conhecimento para servir de base e apoio ao aluno nos momentos de duvida e de apoio pessoal, ou seja, os alunos em sua maioria não são autodidatas, o que possivelmente deixaria o estudo mais frágil, diante a ausência do mesmo.

Outra questão importante é a preparação de materiais para o estudo minucioso de pesquisas não apenas livros didáticos mais também o acesso pratico e rápido a internet desde que seja suficiente a todos, e também aos meios mais variados de mídia, seja ela audiovisual e/ou outras, para que a mesma obtenha sucesso no desenvolvimento dos discentes.

Diante do que foi exposto, preocupo-me na questão relacionada à ausência de socialização diária que o aluno deixa de ganhar por não estar presente, pois os relacionamentos de amizade, companheirismo e troca de culturas se fortalecem através do tempo e de atividades desenvolvidas em grupos, o que na EAD é menos desenvolvida. Atualmente com o mundo cada vez mais capitalista passamos por uma crise de esfriamento de relacionamentos, um egocentrismo sem fim, pois aprendemos depender cada dia menos uns dos outros, a ouvir, preocupar-se, serem solidários uns com os outros, causando um grande abismo nos poucos momentos que temos de relacionarmos porque somos substituídos pelas companhias cibernéticas como Orkut, Msn, chats e pela EAD.

Contudo, os motivos mencionados estão distantes de uma aceitação plena da EAD, pois encontramos ainda muita resistência das pessoas e em varias instituições. No entanto, se a EAD é a única maneira rápida “tempo e espaço” como diz Keegan por possuir automação, princípios organizativos, e uma produção massiva, então que seja apoiada por nos pedagogos nesta missão de levar conhecimento aos mais variados alunos.

sábado, 17 de outubro de 2009

A importância do Ensino a Distancia


* Angeles Peñas Da Cunha


Pesquisas realizadas no Brasil mostram que o surgimento da educação a distancia teve início com os cursos voltados para pessoas que pretendiam estar empregadas, oferecendo profissionalismo. O ensino era por correspondência com remessa de materiais didáticos pelos correios, muito tempo depois veio a educação a distancia , via radio, televisão e atualmente a internet.
Hoje a internet tornou-se um dos meios pelo qual as pessoas que não tem a oportunidade e a facilidade de freqüentar um ensino presencial, por não dispor de um horário fixo em virtude do seu trabalho ou não possuir em sua cidade um curso superior, encontra assim uma maneira de cursar uma faculdade e também reduz o custo do qual teria se fosse participar de um curso presencial.
Segundo wolfram Laaser – mestre em educação a distancia , foi diretor acadêmico da Femuniversitat hagen de 1976 a 2008 é atualmente coordenador das sessões didáticas e diretor acadêmico do Center For Distance Study Development at FermUniversistat Hagem, desde setembro de 2005.
Atualmente ministra seminários para educadores sobre educação a distancia na Europa, África, America Latina e Ásia. Ministrou palestra em 14/08/2009 no auditório da reitoria da UFSC dirigida aos professores que atuam na educação a distancia e outros interessados. Durante a conferencia, Laaser compartilhou experiências e estudos de casos sobre a produção de material impresso sobre a educação a distancia.
Na EaD não há uma forma de educação especifica, se torna necessário buscar o que mais se adequaria a orientação e aprendizagem do aluno pois na maioria são adultos que buscam na educação a distancia uma formação profissional, “ Lasser (1997), há uma certa diferença entre escrever em geral e escrever para programas de educação a distancia.”
Como o estudante encontra-se sozinho, o professor ou monitores deve ter uma boa redação que alem de didática tenha uma forte obrigação no sentido de comunicar e fazer entender-se, pois dependera dessa redação para o aluno dar continuidade na aprendizagem e fazer com que o estudante não desista desse aprendizado.
Ainda segundo laaser (1997 não foram desenvolvidas teorias especificas para a educação a distancia, portanto tem sido adotadas as teorias de ensino e aprendizagem já existente).
Atualmente se aplica como tendência o uso flexível de vários estilos e teorias pedagógicas, visando atender a diversidade dos recursos e dos alunos.
Com a evolução da educação a distancia atualmente é importante a busca de novos modelos de aprendizagem quem mais se adaptam ao ensino de uma maneira que motive o relacionamento pessoal entre o aluno e o professor.
Existem pessoas que são contra educação a distancia pois alegam que é necessário o contato pessoal a interação que só se da em aulas presenciais, mas a EAD é uma realidade do mundo globalizado, facilitando a vida e o aprendizado de varias pessoas que somente por meio da EAD teriam a oportunidade de ter uma formação profissional.

Educação a Distancia: A oportunidade que muitos esperavam.

* Dielle Peñas Lacerda Da Cunha


Quando falamos de educação, de universidades e ensino, é quase que impossível não lembrarmos da EAD – ensino a distancia, algo que a cada dia que passa cresce abrindo portas a população, algo em constante crescimento.
Para falarmos de educação a distancia, vou fazer um breve relado sobre os meios de comunicação, já que em meu ponto de vista, é a chave principal desse ensino; A primeira comunicação que se deu a distancia, foi a escrita, sendo que os primeiros cursos teve origem com a correspondência, onde era impresso o material e chegava a seu destino pelo correio, mas com o passar dos anos, tivemos vários outros recursos a nosso favor como o rádio que foi um meio de comunicação marcante, a TV, fitas de vídeo gravadas essas ainda muito utilizadas nos dias de hoje, porém hoje temos um diferencial na educação a distancia que é a informática, o computador a internet, graças a isso hoje temos teleconferências quase que em tempo real, em rede nacional ou ainda mundial, interligando diversas pessoas de diversos mundos diferentes, cada qual contribuindo com sua cultura, costumes, com a educação, e a partir desse desenvolvimento, e crescimento que podemos dizer que a educação a distancia só tem a crescer e a cada dia ganhar um novo e respeitado espaço na sociedade.
Segundo Kearsley (1997), ao referir-se às atividades dos docentes, coloca que uma das importantes implicações na mudança de status que é aquela de que o professor não comanda automaticamente o ambiente on-line. Neste ambiente não é possível se posicionar na frente da sala de aula e fazer exposições para uma audiência concentrada até que a sineta toque. Qualquer professor ou instrutor que tentar ensinar desta forma para um grupo on-line irá rapidamente fazer com que ele perca sintonia e comece a fazer outras coisas (como enviar mensagens uns para os outros ou formar seus próprios grupos de discussão). Na educação on-line, o instrutor deve adotar um papel de facilitador ou moderador - alguém que encoraja a participação e mantém a discussão focada em certos tópicos. Quando isso acontece então se transforma numa tarefa muito mais difícil que uma sala de aula convencional, da qual basicamente envolve apenas a apresentação do material. Podemos notar que a educação a distancia ela vem para inovar o campo da educação, trazendo metodologias, experiências, didáticas novas, que realmente mostre ao aluno a importância do ensino e o faça se sentir interessado pelo assunto.
Quando nos referimos ao tradicionalismo onde o professor precisa estar dentro da sala de aula gritando para impor respeito, em vez de poder tratar sua turma de alunos de uma forma bem mais democrática, de forma a se comparar a um aluno, não sendo dono da verdade absoluta, mas sim se tornando um facilitador das disciplinas a serem estudadas, tendo assim uma aceitação e interesse de sua turma. O professor deve estar muito bem preparado para lidar com a educação a distancia, se não será um dos principais motivos de dispersão e até evasão de seus alunos. O professor no ensino a distancia ele tem um papel super importante como Kearsley nos mostra, porque esse profissional deve ir muito além, de apenas entrar em uma sala e passar a matéria ele deve promover discussões e fazer com que todos participem, e que o assunto seja um ponto de discussão super importante em sala de aula, objetivando assim a matéria a ser ensinada.
Vejo que a EAD vem ganhando um grande espaço, lógico que como qualquer educação no Brasil ela ainda precisa ser melhorada, possui algumas fragilidades, e a meu ver possui também um grande potencial. Levando em conta que a educação no Brasil é algo de extrema precariedade não digo só das escolas mas sim de uma forma geral, algo frágil quanto ao próprio ensino. E é através da EAD que o Brasil tem a possibilidade de mudança fazendo com que sua população tenha acesso a uma educação de qualidade desmistificando a idéia de que EAD é algo sem valor, sem referencia, mas sim essencial para o desenvolvimento Educacional do nosso país.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PIAGET E A SUA TEORIA PARA O EAD


*Marta Cristiana Lucena Ramos
Acadêmica do Oitavo Período de Pedagogia


Piaget foi um grande estudioso e procurou desvendar como o processo do conhecimento se forma nos seres humanos. Ele contribuiu muito com os seus estudos sobre o desenvolvimento da inteligência. Formou-se em Biologia e especializou-se em Filosofia Biológica. Estudou com o objetivo de descrever a natureza e o funcionamento da inteligência.
Piaget realizou suas pesquisas observando o desenvolvimento dos seus filhos.
Segundo Barros (1993), ele anotava minuciosamente o crescimento dos filhos: Jaqueline, Laurent e Lucienne. Essas observações o levaram a escrever o livro O Nascimento da Inteligência na Criança.
Segundo Cória-Sabini (1995), Piaget considera que a criança é capaz de criar e recriar a própria realidade, fazendo uma interação de conceitos mais simples a conceitos mais complexos, desenvolvendo assim sua mentalidade. Piaget defende assim o conceito de "epistemologia genética", espécie de cronograma estabelecido pela natureza para o desenvolvimento da capacidade infantil de pensar.
Para Piaget a criança já nasce equipada com vários reflexos, que estão ligados à gustação, tato, audição, olfato e visão. Utilizando esses equipamentos inatos, começa então a sua adaptação ao mundo.
No inicio as atividades da criança acontecem por reflexo. Por exemplo, quando o bico do seio da mãe ou o bico da mamadeira tocar a boca do bebê, ele começará a sugar recebendo assim o alimento que precisa.
Assim acontecerá durante todo o contato que tiver com o meio em que vive. Ela irá olhar para objetos que lhe chamem a atenção. Olhará para descobrir de onde vem o som. Reagirá de acordo com a brincadeira do adulto, sorrindo ou se mexendo. Com o passar do tempo já demonstrará a consciência de determinados objetos. Jogando brinquedos para longe, depois indo pegá-los no chão e etc.

“Desde o nascimento, pois, a função da inteligência é a adaptação ao meio ambiente. Ao longo desse processo de adaptação, os esquemas de raciocínio vão sendo progressivamente construídos” (Cória-Sabini, 1995, p. 64).

Para Piaget a adaptação acontece por meio de dois processos complementares: assimilação e acomodação.
A assimilação é o processo de incorporação dos objetos ou informações do meio ambiente aos esquemas mentais que já possuem. Os quais farão parte dos esquemas de ação do sujeito.
A acomodação é a ação do objeto sobre o sujeito, é a modificação que ele experimenta em virtude do objeto.
Dessa forma compreendemos que a evolução da inteligência, acontece da mesma forma que a evolução do ser humano. Vamos aprendendo sempre que em contato com o meio, conhecendo coisas novas, que vão sendo incorporadas a nossa mente.
O desenvolvimento da inteligência começa desde bebês, com os primeiros contatos, as primeiras experiências e vai até a fase adulta. Assim como nosso corpo que vai crescendo fisicamente e adquirindo uma maturidade dos órgãos.
Segundo Cória-Sabini (1995), Piaget considerou quatro estágios para o desenvolvimento da inteligência, que são eles:

* estágio da inteligência senso-motora ou prática;
* estágio da inteligência intuitiva ou pré-operatória;
* estágio das operações concretas ou operatório concreto;
* estágio das operações intelectuais abstratas ou operatórios formal.

No primeiro estágio que é o sensório-motor começa com a criança desde o nascimento até um ano e meio ou dois anos, a criança inicia tomando consciência de seu próprio corpo, dos seus reflexos físicos inatos e da possibilidade de manipulá-los para realizar coisas para ela interessantes e sentir prazer com isso. Percebe também que é um ser separado dos outros e das coisas a seu redor.
No segundo estágio que é o da inteligência pré-operatória, vai mais ou menos dos dois anos até aos sete anos. A criança nessa fase consegue manipular simbolicamente o seu universo, por meio de representações internas, ou dos seus pensamentos sobre o mundo exterior. Nesse período ela aprende a representar os objetos por meio de palavras e a manipular mentalmente as palavras, da mesma forma como anteriormente manipulava os objetos físicos.
No terceiro estágio o operatório concreto, vai dos sete anos aos onze ou doze anos. Já nessa fase a criança começa a utilizar algumas operações lógicas, como a reversibilidade, a classificação dos objetos por semelhança e diferenças, e a compreender os conceitos de número e tempo. Introduz então, a lógica no processo de pensamento da criança.
Finalmente o quarto estágio é o operatório formal, começa pelos doze anos e vai pela vida adulta. Caracteriza-se pela capacidade de pensar ordenadamente e pelo domínio do pensamento lógico, o que enseja uma espécie de experimentação mental mais flexível. Nesse estágio final, a criança aprende a manipular idéias abstratas, a formular e reformular hipóteses e a entender as implicações da sua forma de pensar e compreender as coisas, assim também como a, das outras pessoas.
Nesse aspecto entendemos que as aprendizagens são adquiridas pelo próprio sujeito na interação que tem com o seu meio ambiente.
Após as considerações sobre a teoria de Piaget, compreendemos então que a mesma explica que o processo de aprendizagem acontece com a participação direta do sujeito, ou seja, do aluno, que é quem queremos enfocar, na construção do próprio conhecimento. E essa participação do aluno contribui para um ambiente de aprendizagens alegre porque eleva a sua autoestima, essa vontade de aprender forma indivíduos responsáveis e preparados para ter iniciativas no ambiente escolar.
O construtivismo é uma teoria elaborada por Piaget, como uma resposta à questão da possibilidade humana de produzir conhecimento. Trata-se de uma proposta que diz respeito ao modo como o aluno constrói o conhecimento e essa construção acontece pela ação do aluno sobre o objeto do conhecimento. O aluno participa diretamente na sua aprendizagem. Porém é preciso destacar que para essa ação, ele traz as suas experiências e seus conhecimentos adquiridos anteriormente.
Segundo (Piaget, 1978), existem duas situações distintas para que o conhecimento seja implantado:
O primeiro é o ensino condicionado, que é a implantação do ensino sem a participação do aluno. O segundo é o ensino cooperativo, que é o ensino onde o aluno participa na construção do seu conhecimento.
No que diz respeito ao sistema de ensino a distância, o ambiente, poder ser muito tedioso caso o professor não esteja preparado para esse trabalho. Por esse motivo o professor precisa ter boa formação e ampla compreensão desse sistema de ensino. Uma vez que o ambiente precisa ser motivador, o professor é fundamental nesse sentido, pois é ele quem deve estimular os alunos, deixar os alunos participarem com suas curiosidades, perguntas, dúvidas e etc. O professor ou tutor do EAD precisa proporcionar um ambiente agradável e dinâmico.
Assim como na escola convencional, os alunos precisam ser motivados e estimulados, no sistema de ensino a distância muito mais, só ficar sentando vendo um vídeo aula, sem haver interação é muito complicado.
Quanto mais o aluno for motivado, mais conhecimento ele assimilará.
A teoria de Piaget será utilizada em um ambiente de EAD, como motivação para que toda a variedade de recursos tecnológicos permita ao aluno interagir com o objeto de aprendizagem.
O aluno do EAD precisa ser disciplinado, porque uma grande parte do conhecimento é ele que vai buscar, através das leituras, dos DVDS, das pesquisas e etc. Ele é o principal responsável pelo seu aprendizado.



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

EAD - Padrão de Qualidade


* Keila Trevizane de Oliveira
Acadêmica do 8 Período de Pedagogia

Marta Mena é ex Vice Presidente do Conselho Mundial de Educação a Distância (ICDE) da América Latina e Caribe. Professora de Graduação e Ciências da Educação (PROCAE). Coordenadora de Formação Eletrônica, um programa embutido no INAP e do Estado Projeto de Modernização do Chefe de Gabinete de Ministros da República da Argentina. Mestre Professora de Educação Tecnológica na Universidade de Salamanca, Espanha. Diretora do Mestrado em Educação a Distância da Universidade de Morón. Autora de vários livros e artigos educacionais.

Acredita existir uma diferença do ensino à distância na Argentina para a América Latina: esta diferença é avaliada principalmente no social, tecnológico e de conectividade. Como a Índia, o nosso país está bem posicionado no número de PCs nos lares e conectividade da Internet. Outros países não chegaram a este ponto. Para isto é fato que a Argentina sempre teve um bom nível de educação, que favoreceram os recursos humanos qualificados, mas ainda estamos muito longe de atingir níveis que são realizados em países de primeiro mundo, afirma Marta.

Mena destacou alguns dos fenômenos interessantes que ocorrem na América Latina em matéria de educação a distância virtual. Tal é o caso do Peru, onde há um baixo índice de computadores nas residências (11%), mas, no entanto, há um alto nível de conectividade do aumento dos estandes Internet (cabines). Eles têm uma proliferação de tais premissas, para que 83% da conectividade se realizem através dessas cabines públicas e o restante em casas. Argentina detém 65% de ligação à Internet em casa.

Segundo Marta, a principal dificuldade dos países do cone sul para o aumento da rede educação a distância é a falta de incentivos financeiros no setor. "É necessário investir em capacitação e infra-estrutura". O nível dos programas de educação à distância que são apresentados para o ICDE deve melhorar: "Agora, aqueles que apresentam e que estão ou estavam sob avaliação ICDE são de qualidade variável. Há algumas muito boas e outras nem tanto, nesse sentido, não há muita diferença com o resto do mundo, afirma Mena.

Outro ponto é a uma mudança no papel dos professores no modo de ensinar e em sua formação, pois na educação a distância virtual eles devem ser divididos entre os materiais e tutoria. A informação está nos materiais (web, cd's, etc) no meio magnético utilizado e, portanto, o professor já não é um transportador de conteúdo. Ele deve ter o papel de orientador, facilitador, conselheiro, guia e assistente, pois o aluno é protagonista.
A conectividade é o principal meio da EAD, e falando de Brasil, existe uma enorme facilidade para a compra de um computador. No Brasil mais de ¼ da população possui um em sua residência. Em 2007, cerca de 15 milhões de domicílios tinham pelo menos um microcomputador, a maioria deles com acesso à internet, de acordo com a Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa 27% do total de domicílios no país, onde 76% tinham acesso à internet.

Apesar da alta, puxada pelo aumento do poder de compra, sobretudo das classes mais baixas, o uso do computador em residências ainda é concentrado nas classes mais altas. Mais da metade das casas com o aparato --8,7 milhões-- eram da região Sudeste em 2007. A constatação, para o IBGE, reflete a desigualdade no acesso a informações através da internet no Brasil. Enquanto no Sul e no Sudeste, 27,4% e 24% das casas, respectivamente, estavam conectadas à internet, no Norte e no Nordeste estes índices eram de 8,2% e 8,8%, respectivamente, em 2007.

O acesso aos computadores e a internet ainda é uma questão a ser solucionada. Lembrando que para ter um EAD com qualidade é necessário também investir em capacitação e infra-estrutura, tendo como meta um ensino de qualidade. Identificar como esses programas são adaptados às necessidades do alvo e contexto é o principal ponto de partida, contribuindo para a qualidade acadêmica e de seus professores, não se esquecendo de selecionar os materiais utilizados.
Analisando os dilemas e os benefícios da EAD, vemos a importância desta ferramenta para o desenvolvimento da educação e formação à distância. Uma mudança que fará presente no papel dos professores.

O intuito é garantir a qualidade da oferta nesta modalidade de ensino. Se houver um bom planejamento e este for bem trabalhado e levado a sério, teremos então um ensino de qualidade.
Chegando a um consenso, então temos um padrão de boa qualidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A CONTRIBUIÇÃO DE BORJE HOLMBERG PARA O PROFESSOR DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Lívia Catarina Matoso dos Santos Telles

Acadêmica do VIII Período de Pedagogia ano de 2009

Por razões históricas e estratégicas a Escola brasileira se caracterizou fundamentalmente pela figura do mestre ensinando e pelos alunos aprendendo, esta maneira organizacional levou os professores a serem alvo de sérias críticas, tanto dos construtivistas para com os de postura tradicional, quanto dos instrutivistas para com os construtivistas, enfim, o professor foi e é sempre alvo de discussões e novas teorias que visam esclarecer cada vez mais precisamente como se dá a aprendizagem, para desta forma teorizar-se acerca de qual deve ser o papel do professor.

Entretanto surgiu uma nova realidade para estes profissionais trazida pela modalidade de Ensino denominada Educação a Distância (EaD), onde acaba-se com a costumeira sala de aula com quadro e professor e adota-se um ambiente pedagógico mais tecnológico e a separação física entre quem ensina e quem aprende.

Devido à relevância que a EaD vem assumindo no cenário nacional, está gerando diversas mudanças que refletem na Educação e consequentemente nos professores, que já estão presenciando esta tecnologia chegando à sala de aula dos cursos de formação à distância oferecidos pelas universidades e faculdades, com grande rapidez, através da abertura destes cursos que não param de crescer em todos os cantos do país.

A EaD não é nova, o que muda constantemente são as tecnologias que são utilizadas, hoje temos a educação presencial, semi-presencial e educação a distância (ou virtual). A presencial é a forma mais convencional, onde professores e alunos se encontram na sala de aula todos os dias. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias e a EaD pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.

Para melhor compreensão de todo este processo de mudança encontra-se nas teorias de Borje Holmberg relevantes conceitos que irão subsidiar neste artigo uma reflexão pedagógica acerca do papel do professor, já que o autor ajudou a construir o patrimônio teórico conceitual da Educação a Distância, sendo um dos pioneiros nesta área.

Börje Holmberg defende a Teoria da Conversação Didática Guiada. Argumenta que a conversação didática guiada deverá ser uma conversação amigável, promovida por troca de idéias e por materiais de auto-aprendizagem bem desenvolvidos, num estilo pessoal, com a utilização de pronomes pessoais e possessivos, para resultar em sentimentos de relação interpessoal, prazer intelectual e motivação para o estudo.

Holmberg diz que o contato, através das tecnologias, entre professor-aluno é fundamental para a motivação podendo ser a EaD uma promovedora de autonomia do aluno em relação ao professor. Centra a sua análise na interpersonalização do processo de ensino a distância.

Seus estudos foram baseados nas suas diversas e importantes experiências educativas. Holmberg foi Diretor educacional de Hermods, na Suécia, a maior organização do Ensino à Distância da Europa. Neste tempo publicou os estudos sobre a Educação à Distância, três monografias, diversos livros e artigos para revistas da educação, contribuiu também para a investigação e o debate sobre a educação à distância, por exemplo, com os artigos "Open Learning" e "Epistolodidaktika".

Influenciado pela corrente humanística da Educação propõe os conceitos fundamentais de autonomia do aprendiz e comunicação distante (distante no sentido de espaço fisco, pois o autor deixa claro que através das tecnologias é possível o professor estar muito presente devido a sua fala e ações pedagógicas estarem voltadas para a interatividade).

Como observa-se, para ele o diálogo é central no estudo a distância. A partir dos conhecimentos pedagógicos aliados as tecnologias e a didática, o professor se torna um parceiro do aluno, ajudando na construção coletiva do saber. De transmissor de conhecimento torna-se, na EaD, um organizador, orientador, facilitador, ou seja, em um gestor da informação.

Este processo de mudança não é fácil para o professor, que por vezes pode pensar que vai perder a sua identidade na atuação docente podendo concluir que com tanta tecnologia e incentivo ao autodidatismo é possível os alunos aprenderem sozinhos. Contudo com os ensinos de Holmberg demonstra-se que já era muito importante para ele, como é atualmente, que o uso das tecnologias e o professor se adaptem ao ritmo pessoal podendo ser mais personalizada e dialógica, apesar dos enfoques tecnológicos. A comunicação à distância precisa ser bidirecional, adequada, clara e precisa.

A teoria de Holmberg foi considerada a que maior contributo dá para a construção de diálogos eficazes com os aprendentes, como comprovam os resultados experimentais dos estudos apresentados pela Open University, integrados no relatório de 1998, do Knowledge Media Institute.

Constata-se desta forma que o professor da EaD está assumindo múltiplos papéis e que não é pelo fato de estar ocorrendo esta mudança que sua identidade ficará perdida ou sua profissão desvalorizada. Holmberg admite que apesar dos cursos pré-produzidos poderem ter valências comunicacionais, a conversação real entre professor e estudante possui características essenciais, que não devem ser perdidas por causa das tecnologias, mas sim cada vez mais objetivadas no seu uso.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA MÚLTIPLAS TEORIAS

Eliane de Sousa Alves Caldeira

A maneira como se concebe a escola tem-se modificado radicalmente e a Educação a Distância tem contribuído de forma significativa para que tal mudança se confirme no cenário atual, mas ocorre que a EaD não possui teorias específicas, nota-se que as bases teóricas mudam de acordo com as instituições. Dentro deste contexto seria difícil estabelecer um único modelo teórico para a EaD, devido a diversidade de cursos ministrados, por várias instituições.

Laaser (1997), comenta que por não terem sido desenvolvidas teorias específicas para EaD, as teorias de ensino aprendizagem existentes, tem sido adotadas, para atender a demanda do ensino à distância. Wolfram Laaser é mestre em educação à distância e possui um extenso currículo, atualmente ministra seminários, para educadores sobre EaD, em vários países. É coordenador das sessões didáticas e diretor acadêmico da Centre for Distance study Development at Fern Universitat Hagem, desde setembro de 2005. Portanto fica claro que Laaser é um conhecedor da área e apto para tecer comentários a respeito.

Vejamos de forma sucinta algumas teorias adotadas na EaD, entre as quais a de se destacar as idéias de autores renomados como Otto Peters, Michael Moore, Borje Holmberg, Demond Keegan, D.R. Garrison, John Verduin e Thomas Clark.

Teoria da industrialização:

Autor: Peters

Conceitos: sociedade industrial e pós-industrial;

Impacto: princípios e valores sociais

Influencia: sociologia cultural.

Teoria da distância transacional e Autonomia do aprendiz:

Autor: Moore

Conceitos: distância transacional

Impacto: necessidades do aprendiz

Influencia: estudo independente

Teoria da conversação didática guiada:

Autor: Holmberg

Conceitos: autonomia do aprendiz, comunicação distante, conversação didática guiada

Impacto: promoção da aprendizagem através de métodos pessoais e convencionais

Influencia: corrente humanista da educação

Teoria da reintegração dos atos de ensino aprendizagem:

Autor: Keegan

Conceitos: Reintegração dos atos de ensino aprendizagem

Impacto: recriação de componentes Interpessoais presentes no ensino presencial

Influencia: pedagogia tradicional

Teoria da comunicação e controle do aprendiz:

Autor: Garrison

Conceitos: transação educativa, controle do aprendiz; comunicação;

Impacto: facilitação da transação educativa

Influencia: teoria da comunicação, princípios da educação de adultos.

Teoria da Tridimensionalidade:

Autores: Verduin e Clark

Conceitos: dialogo/suporte, estrutura/especialização, competência/autonomia

Impacto: requisitos das tarefas e dos aprendizes

Influencia: princípios da educação de adultos, estruturas do conhecimento

Resumidamente estas são as principais idéias destes notáveis autores. Vale ressaltar, que a EaD ganha cada vez mais espaço, em todos os níveis, portanto faz-se necessário adaptações para integrar os ambientes presenciais e virtuais. Novos conceitos e teorias surgirão, para atender de forma satisfatória a demanda crescente da EaD.

REFERÊNCIAS

Keegan, D. (1996) - Theoretical Principles of Distance Education - Second Edition, Londres: Routledge;


BRASIL, Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n.º. 9.394/96). Portal do Ministério da Educação.

CASTILLO ARREDONDO, S. Educación a Distancia: bases conceptuales y perspectivas mundiales. In: MARTINS, O. B.; POLAK, Y. N. de S.; SÁ, R. A. de. Educação a Distância: um debate multidisciplinar. - Curitiba: UF: PR, 1999.